Por que o gestor de facilities precisa entender de segurança?  

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Por que o gestor de facilities precisa entender de segurança?  

O gestor de facilities tem como função central garantir a operação contínua dos ambientes corporativos. Isso inclui a gestão de infraestrutura, limpeza, manutenção predial, controle de acessos e contratos de serviços terceirizados. 

Contudo, a complexidade atual dos riscos, e a interdependência entre funções, exige que essa atuação seja feita com uma visão integrada de segurança. Decisões relacionadas a equipes de apoio, sistemas prediais e prestadores de serviço impactam diretamente a exposição da organização a incidentes como furtos, roubos, sabotagens, invasões, vazamentos de informações e até fraudes internas.

Neste artigo, apresento o ponto de vista de quem atua diretamente na área de segurança corporativa, em contato frequente com gestores de facilities de diferentes setores e portes.  

Ao longo dessa convivência, tornou-se evidente que, para além das atribuições operacionais, esses profissionais têm um papel decisivo na proteção de pessoas, ativos e informações, mesmo que, muitas vezes, isso não esteja formalizado em seus escopos. 

Atribuições que envolvem segurança, mesmo sem esse nome 

Mesmo que o termo “segurança” não esteja explícito nas descrições de cargo, diversas responsabilidades de facilities estão conectadas à proteção física dos espaços. A seguir, alguns exemplos comuns: 

  • Escolha e controle de prestadores de serviços de vigilância, recepção e portaria. 
  • Gestão de sistemas de controle de acesso, incluindo credenciais, catracas e leitores e etc. 
  • Supervisão de contratos de manutenção de sistemas de alarme, CFTV e iluminação perimetral. 
  • Definição de rotinas operacionais que impactam diretamente a segurança predial. 

Essas decisões, se mal executadas, comprometem protocolos essenciais de prevenção a invasões, furtos, sabotagens ou situações emergenciais. 

Casos reais mostram o risco de decisões desconectadas 

Notícias recentes sobre invasões em condomínios residenciais de alto padrão revelam como falhas operacionais colocam pessoas em risco. Em maio de 2025, criminosos entraram em um edifício em São Paulo utilizando um carro com placa clonada de um morador. A ausência de validações operacionais mais rígidas na garagem foi um fator determinante para o sucesso da ação criminosa.  

Analogamente, falhas em processos de controle de acesso em ambientes corporativos podem viabilizar ações semelhantes. Por isso, compreender protocolos de segurança é essencial para que o gestor de facilities atue com critérios técnicos e preventivos. 

Impactos na gestão de terceiros 

Parte das atividades de segurança patrimonial é executada por equipes terceirizadas. O gestor de facilities, nesse contexto, atua como fiscal técnico desses contratos. Sua compreensão sobre os principais requisitos legais, operacionais e tecnológicos permite: 

  • Exigir postura adequada e uso correto de equipamentos. 
  • Avaliar se o dimensionamento da equipe está de acordo com a criticidade do local. 
  • Reconhecer falhas de conduta ou riscos operacionais em plantões. 

Além disso, o gestor precisa acompanhar o cumprimento das diretrizes da LGPD e dos manuais de conduta corporativa, sobretudo quando há interface entre prestadores de serviços e áreas sensíveis da organização. 

Integração com tecnologias de segurança 

A digitalização da segurança patrimonial ampliou o papel do gestor de facilities. Atualmente, é comum que ele atue na implementação de tecnologias como: 

  • Videomonitoramento com análise comportamental. 
  • Controle de acesso integrado a sistemas de RH e gestão de visitantes. 
  • Sensores inteligentes conectados à rede corporativa. 

Para lidar com esse novo cenário, o conhecimento técnico sobre interoperabilidade de sistemas, infraestrutura de rede e segurança da informação torna-se relevante. Ainda que conte com o suporte de áreas de TI e segurança, o gestor de facilities precisa entender o mínimo necessário para validar propostas, cobrar resultados e acompanhar indicadores.    

Prevenção e continuidade como parte do planejamento 

Embora seja uma área que participa das atividades do operacional, facilities também é um setor de foco estratégico. A antecipação de riscos, a definição de planos de contingência e a resposta rápida a incidentes dependem diretamente da integração entre segurança e gestão predial. 

Gestores que compreendem os fundamentos de segurança patrimonial estão mais preparados para definir prioridades de investimento, articular planos de evacuação e simulações de emergência, além de adaptar a estrutura com agilidade diante de novos riscos, como protestos, invasões ou vazamentos de dados físicos. 

Como se preparar para esse novo perfil de atuação 

Em virtude de todas essas responsabilidades, recomenda-se que gestores de facilities busquem capacitações complementares em: 

  • Segurança patrimonial corporativa. 
  • Normas de prevenção e gestão de riscos (como ISO31000, ABNT NBR 9077, legislações estaduais, entre outras). 
  • Tecnologias aplicadas a videomonitoramento e controle de acesso. 
  • Gestão de contratos e fiscalização de serviços de vigilância. 

Além disso, participar de fóruns setoriais e eventos especializados pode contribuir para atualização constante sobre ameaças, tendências e boas práticas.  

Nesse processo de aprimoramento, também é possível contar com uma consultoria especializada em segurança para auxiliar na avaliação de riscos físicos, estruturais e operacionais, identificação de vulnerabilidades e orientação sobre a implementação de soluções personalizadas.   

A consultoria também atua na elaboração de planos de segurança, revisão de contratos com empresas terceirizadas, definição de métricas de desempenho e no treinamento das equipes envolvidas. É um grande diferencial sobretudo para cenários em que é necessário o suporte imediato, visto que o risco já existe e precisa ser identificado e tratado com agilidade.  

Profissionais mais preparados, operações mais seguras 

A atuação do gestor de facilities vai além da gestão predial. Compreender os fundamentos de segurança é uma necessidade operacional, regulatória e estratégica.  

Empresas que valorizam esse perfil profissional obtêm maior controle de riscos, redução de custos com emergências e ambientes mais protegidos para seus colaboradores e visitantes. 

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Anderson Hoelbriegel
Diretor na ICTS Security, com mais de 30 anos de experiência em segurança corporativa, inteligência e gestão de riscos. Atua na liderança de projetos estratégicos em prevenção de ilícitos, proteção executiva, segurança patrimonial e gestão de crises. Especialista em inovação, tecnologia e eficiência operacional. Possui experiência na estruturação de programas de gestão de riscos contra incêndios, com abordagem técnica.

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