A ameaça crescente do crime organizado no ambiente empresarial 

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A ameaça crescente do crime organizado no ambiente empresarial 

Organizações criminosas têm expandido sua atuação, transformando o ambiente corporativo em um alvo estratégico e fonte de receita para o poder paralelo. Não se trata apenas de desvios internos por executivos, mas da vulnerabilidade de todo o ecossistema produtivo.

As táticas criminosas são variadas e sofisticadas. Incluem, por exemplo, a extorsão direta contra empresas, prática cada vez mais comum em grandes centros urbanos como Rio de Janeiro e São Paulo. Além disso, há a cooptação de funcionários para obtenção de informações privilegiadas, a coação de profissionais em posições estratégicas (como conferentes, motoristas e vigilantes) para facilitar acessos, e a orquestração de grandes furtos, falsos roubos de cargas e invasões a centros de distribuição. Essas ações conjuntas resultam em perdas financeiras que podem chegar a milhões.

O crime se reinventa constantemente, adaptando-se e explorando novas brechas. Desconsiderar essa dinâmica é expor sua empresa a riscos iminentes. A negligência diante de vulnerabilidades conhecidas pode culminar em prejuízos significativos, fazendo com que o que antes era “aceitável” se torne insustentável.

A ilusão das perdas ‘aceitáveis’ e os sinais de alerta

A experiência demonstra que nenhuma grande perda surge de repente. Prejuízos significativos, muitas vezes, são precedidos por pequenos sinais, como fagulhas de um incêndio. Se não forem contidos no início, podem se alastrar e gerar repercussões graves.

É fundamental, portanto, avaliar o nível de maturidade da segurança de sua empresa e a eficácia de seus processos. Desconhecer as perdas é um problema, mas negligenciar as pequenas falhas é igualmente perigoso. O conceito de “perdas aceitáveis” frequentemente mascara deficiências na segurança operacional. Embora cada cenário exija uma análise específica, a acomodação jamais deve ser a estratégia.

Uma postura de escuta e observação ativas permite identificar problemas em sua fase inicial. Essa vigilância previne que perdas ocultas ou subestimadas se transformem em portas de entrada para ações criminosas, impulsionando o ingresso de pessoas mal-intencionadas no mundo empresarial.

A infiltração em operações legítimas e a urgência da segurança

A inteligência do crime organizado permite a exploração de serviços e cadeias lícitas para fins ilícitos. Exemplos concretos incluem o uso de transportes de cargas para movimentação de entorpecentes em rodovias ou a contaminação de cargas em portos para abastecer o tráfico internacional. A infiltração e identificação de vulnerabilidades no universo logístico são estratégias comuns, transformando a malha de distribuição em um vetor para suas operações.

Nesse cenário, proteger o ambiente empresarial deixou de ser uma opção e se tornou uma obrigatoriedade. Embora as forças de segurança enfrentem desafios significativos diante do avanço do crime organizado e da corrupção em um país de dimensões continentais, a responsabilidade primária pela segurança interna de uma organização recai sobre ela mesma. Subestimar a própria vulnerabilidade é um erro grave.

Empresas que amargaram prejuízos já reconhecem a vital importância de uma área de segurança bem estruturada. Para aquelas que ainda dependem da sorte, vale o alerta: a identificação tardia de uma perda geralmente indica a ponta de um “iceberg” de problemas, com a maior parte do prejuízo ainda oculta. Não espere o prejuízo se materializar. Audite seus processos e realize revisões periódicas.

Embora a complexidade desses problemas seja inegável, é possível reverter o quadro. O primeiro passo é buscar ajuda especializada antes que seja tarde demais. A apuração de ilícitos é crucial para retomar o controle após a identificação de uma perda. Contudo, não basta apenas identificar os ofensores; é essencial garantir a continuidade, aprimorar processos, investir em informações e tecnologias, capacitar pessoas e estabelecer relações institucionais alinhadas às regras de compliance, prevenindo novos ciclos de perdas.

Estratégias proativas para a segurança empresarial

Para o ano de 2025 e adiante, a preparação é fundamental. Compreender suas fragilidades, corrigir vulnerabilidades e evitar surpresas são ações cruciais. Contar com uma equipe íntegra permite que a empresa foque em sua atividade-fim com maior segurança, blindando-a contra ameaças internas e externas.

O cenário do crime evoluiu, e uma visão retrospectiva dos riscos é insuficiente. É imperativo implementar processos modernos, bem definidos e customizados à realidade de cada negócio, sempre considerando a cultura local. Nesse contexto, não há espaço para os chamados “jeitinhos”.

Os “jeitinhos” surgem geralmente por dois motivos: ausência de processos formais ou processos inadequados à necessidade do negócio. Em ambos os casos, são práticas nocivas que não devem ser justificadas sob conveniência. Caso um processo não atenda, ele deve ser revisado e alterado imediatamente. Uma avaliação ética rigorosa e a flexibilidade moral são essenciais para identificar problemas potenciais, blindando o ambiente corporativo contra os tentáculos do crime.

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Eduardo Masulo
Consultor Master na ICTS Security, especializado em operações logísticas voltadas para a redução de perdas. Atua no fortalecimento da cultura de segurança organizacional e no relacionamento institucional, sempre respeitando as normas de compliance.

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