A segurança teve origem militar a partir de estratégias bem definidas sobre a inteligência e a operacionalização racional de recursos. Teve ainda a influência da administração, visto que a segurança para proteção de pessoas e bens foi argumentada na teoria clássica da administração. Uma das de suas responsabilidades é auxiliar a tomada de decisão para a mitigação de riscos. Mas, mesmo utilizando técnicas de engenharia, arquitetura e mecatrônica, entre outras, a segurança foi tida como reativa ao longo do tempo, afinal é pouco comum, principalmente numa sociedade sem cultura prevencionista, como a brasileira, que o investimento em segurança tenha a finalidade de prevenir ações delituosas, perdas ou voltada à continuidade dos negócios.
Mesmo com tecnologia aplicada ao processo, ainda vemos profissionais de segurança agindo de forma reativa. Sendo assim, a maioria das intervenções em ocorrências acontece após alertas dos sistemas de segurança instalados em residências, empresas e veículos.
Em contrapartida, a necessidade de Transformação Digital potencializou a evolução do setor. Atualmente, se tornaram mais acessíveis os sistemas de segurança com Inteligência Artificial, treinamentos e simulações baseados em Realidade Virtual, a integração de subsistemas possibilitando análise situacional, a microtecnologia com equipamentos menores e com maior capacidade de autonomia e os dispositivos IoT (Internet of Things) integrados aos serviços de segurança de atendimento e socorro.
Toda esta evolução da tecnologia gera muita informação e o desafio é transformar esses dados em conhecimento. É necessário ainda habilidade em fazer as perguntas certas, processar os resultados de forma eficaz com metodologia aplicável e com aderência às atividades das organizações, além de atitude com foco na antecipação e resolução de problemas e na conscientização e engajamento das pessoas, processo que evolui a segurança de reativa para preventiva.
A transformação da segurança vai acontecer, de fato, quando o falar e agir estiverem conectados em todos os níveis da organização. A integração e sinergia de informações, processos, pessoas, tecnologia e gestão contínua da segurança visa enxergar o nível de risco das operações e auxiliar a tomada de decisão das dos clientes de forma mais rápida e assertiva, tornando suas vidas e negócios mais seguros.
João Gabriel Barreto é consultor sênior de Segurança Empresarial na ICTS Security, empresa de origem israelense que atua com consultoria e gerenciamento de operações em segurança.
Fonte: Revista Segurança Eletrônica