No mundo predominantemente capitalista, já é sabido que as empresas são motivadas e impulsionadas a buscarem a sustentabilidade e os lucros no negócio. Este pensamento está presente em todos os momentos de uma empresa, com início já na etapa de idealização, que antecede sua criação.
Para atingir o sucesso nesta busca, os administradores das empresas precisam se preocupar com os riscos que a operação está inerente, identificando as vulnerabilidades e mapeando os seus ofensores.
Quanto mais se conhece os detalhes da operação, os pontos fortes, os pontos fracos, as vulnerabilidades, menor será sua exposição ao risco de perdas financeiras e de capital.
Como fazer para mapear os nossos ofensores e identificar as vulnerabilidades?
Uma boa prática é adotar as normas e procedimentos aceitos e aplicados pelo mercado. Neste sentido, a ISO 31000 deve ser adotada como padrão quando o assunto principal é a gestão do risco.
A ISO 31000 é uma norma internacional que define princípios e diretrizes para a gestão de riscos em organizações. Por ser diretiva, não tem foco em certificações e pode ser aplicada em diversos tipos de organizações e setores, tais como: financeiro, saúde, manufatura, ambiental, governamental, segurança da informação, serviços, entre outros.
Esta ISO ressalta os locais onde as diretrizes podem e por quem devem ser aplicadas, sugere que as pessoas com maior afinidade são aquelas que tem a função principal de criar e ou proteger os valores da organização.
Redirecionando o foco para a área de segurança patrimonial da empresa e por analogia ao que foi apresentado no início deste artigo, quanto mais os gestores souberem quais as vulnerabilidades que expõem a empresa ao risco, menor a chance de serem surpreendidos por perdas, que comprometem o lucro financeiro da empresa, direta ou indiretamente.
As perdas de produtos podem ocorrer em toda a cadeia produtiva e na logística de distribuição, na forma de furto, roubos, desvio interno, assaltos a centros de armazenagem ou ataque direto aos veículos de transporte de mercadorias.
Conhecer seus principais ofensores é primordial para manter as perdas sob controle, em patamares mínimos, contribuindo assim para o equilíbrio financeiro do negócio.
O método mais recomendado para conhecer de fato quais são os ofensores e as formas de mitigação dos riscos, é conhecido como Análise de Risco, que consiste no levantamento de vulnerabilidades ao patrimônio físico de uma empresa e consequentemente a exposição ao risco.
Tomando como base a ISO 31000 voltada para a segurança patrimonial, a análise de risco nessa área é um processo essencial para a identificação, avaliação e mitigação de riscos que podem afetar os ativos de uma organização.
Etapas da Análise de risco
Confira as etapas para realização de uma análise de risco:
Identificação de vulnerabilidades que expõe aos riscos.
Esta etapa compreende a visita ao local, para o levantamento de pontos vulneráveis que possibilitam a exposição aos riscos que podem comprometer os ativos patrimoniais.
Principais riscos avaliados
- Reação tardia ante uma exposição;
- Falta de rastreabilidade;
- Desvio de produto;
- Passivo trabalhista;
- Risco à vida.
- Desastres naturais;
- Acesso indevido;
- Invasão;
- Vazamento de informações.
Classificação dos riscos
Vulnerabilidades apontadas e riscos identificados, agora é o momento de associar a cada ponto de análise a probabilidade de ocorrência e em caso afirmativo, qual o impacto potencial sobre os ativos patrimoniais.
Para um melhor entendimento, utilizamos uma escala de criticidade que vai desde baixa até extrema, passando por média e alta.
Esta classificação auxilia na tomada de decisão da alocação de recursos para mitigar os riscos mais significativos.
Recomendação para mitigar riscos
Nesta etapa, associamos a cada ponto de vulnerabilidade, uma ou várias sugestões de solução buscando atuar de forma a minimizar as consequências na operação do negócio.
Implementação da recomendação.
Nesta fase avaliamos e classificamos cada uma das soluções apresentadas, levando em consideração a complexidade de implementação e uma estimativa de prazo para sua execução, ou seja, benefício x esforço.
Aqui também utilizamos uma escala de prioridade que parte do que chamamos de ganho rápido (baixo esforço e grande benefício), para uma classificação intermediária denominada de curto e médio prazo e finalizando em uma classificação de longo prazo, onde o esforço é significativo.
Um aspecto que merece destaque é o fato de que em sua grande maioria, as empresas que oferecem este serviço, levam em conta apenas o parque de equipamentos eletrônicos instalados, barreiras físicas, sistema de controle de acesso à áreas sensíveis e sistema de alarme, porém entendo que tal levantamento, deva ser bem mais abrangente e minucioso, avaliando também a existência e utilização de procedimentos formais de rotina e emergência, estatística de eventos e incidentes de segurança, capacitação e treinamento das equipes que operam e monitoram os equipamentos, existência de gestão estratégica da segurança e fluxo de informações.
Para aumentar a taxa de sucesso, os dados obtidos deverão ser analisados de preferência por profissionais que detenham um profundo conhecimento do contexto de segurança no Brasil, utilizando uma metodologia idônea e consolidada, propor recomendações imparciais, pragmáticas, alinhadas com as melhores práticas de mercado.