Ciclone no RS: como antecipar desastres por meio da gestão orientada por dados?
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Ciclone no RS: como antecipar desastres por meio da gestão orientada por dados?

Publicado em: 02/10/2023

por Anderson Hoelbriegel*

Os desastres são resultado de um evento adverso decorrente de ação natural ou antrópica sobre um determinado cenário vulnerável que cause danos humanos, materiais ou ambientais, bem como prejuízos econômicos e sociais. Além disso, eles também podem promover grave perturbação ao funcionamento de uma comunidade, sociedade ou empresa, e envolvem perdas de vidas, bens e de ecossistemas, excedendo sua capacidade de lidar com o problema usando meios próprios.

Um exemplo atual de desastre é a Região dos Vales, no Rio Grande do Sul, que recebeu a passagem de ciclone extratropical, resultando em 49 mortes registradas até 20 de setembro. O evento trouxe um enorme prejuízo econômico e social, podendo levar meses e até anos para que a região se recupere.

Uma forma eficiente para reduzir os riscos e perigos de desastres é o uso da abordagem orientada a dados, que pode ser implementada por qualquer organização que tenha o objetivo de garantir a continuidade de negócios frente às consequências da degradação ambiental e dos eventos climáticos adversos decorrentes.

Para que a implementação da metodologia orientada a dados seja eficaz, algumas etapas são necessárias:

  1. Iniciar a coleta e a compilação de informações relevantes sobre a área geográfica sujeita a desastres. Neste estudo, é importante verificar o histórico de eventos passados, padrões climáticos, informações de infraestrutura e demografia, entre outros fatores que possam influenciar os riscos.
  2. Utilizar técnicas de análise de dados para identificar padrões, tendências e correlações. Com a análise preditiva, é possível antecipar possíveis eventos adversos e entender melhor a probabilidade de ocorrência de tipos de desastres em uma determinada região.

Dessa maneira, construir modelos de riscos com base nas informações coletadas e nas análises realizadas podem ajudar a entender melhor a magnitude dos potenciais desastres, bem como as consequências para a empresa.

Ao tomar decisões sobre políticas de gerenciamento de desastres, planejamento empresarial, alocação de recursos, entre outras medidas preventivas, é importante se basear em insights obtidos dos dados e dos modelos, a fim de garantir que as ações sejam fundamentadas e eficazes.

E para reforçar o projeto de análise, é importante utilizar tecnologias de monitoramento em tempo real, como sensores, drones e sistemas de alerta. Esses recursos são trabalhados com a finalidade de obter dados contínuos sobre as condições ambientais e responder rapidamente a mudanças que possam indicar a possibilidade de um desastre iminente.

Os resultados das análises de dados podem ser compartilhados com outras partes interessadas, como empresas da região, governos locais, comunidades e organizações de resposta a desastres. A conscientização sobre os riscos existentes pode ajudar a tomar medidas preventivas e preparatórias mais eficazes.

Por fim, também é necessária uma abordagem de aprendizado contínuo, atualizando constantemente os dados, modelos e estratégias à medida que novas informações se tornem disponíveis e tecnologias avancem.

A abordagem orientada a dados para a redução de riscos de desastres permite que os gestores e tomadores de decisão tenham uma compreensão mais sólida dos perigos que enfrentam, melhorando a preparação e a resposta, garantindo a continuidade do negócio e, em última instância, salvando vidas e protegendo propriedades.

*Anderson Hoelbriegel é diretor de negócios da ICTS Security, empresa de origem israelense que atua com consultoria e gerenciamento de operações em segurança.

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